SEU MOMENTO NO PALCO Apaga-te, vela fugaz! A vida não é senão uma caminhada Sombria, um pobre ator Que se pavoneia e gasta a sua hora No cenário, E logo ninguém mais o ouve; Vem a ser um conto Narrado por um idiota, Cheio de ruído e fúria, Que não significa nada. São essas as palavras que William Shakespeare põe na boca de Macbeth. Até hoje, não encontrei veredito melhor para a condição humana. Saber que, num prazo que o homem desconhece, as cortinas descerão sobre o palco da sua vida, tirando-o de cena para sempre, faz-me crer que há uma estranha desordem no coração humano. Como entender ele passar a vida, a fim de ser reconhecido e amado, cumprindo papel que lhe foi entregue por um outro, ainda que isso o conduza a viver de modo inautêntico? O que o leva a não se preocupar com sua saída de cena? Que forças o fazem dar o melhor de si no palco, nessa breve apresentação, cheia de paixão e fúria, numa peça que não faz sentido? Há uma outra opção de vida. Foi Cristo quem disse: "... então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me..." (Mt 25: 34-36). Se isso não é verdade, Macbeth está certo, restando-nos como alternativa, aproveitar o tempo que nos resta no tablado, até as cortinas se fecharem. Entregue sua vida hoje a Cristo, e viva tão somente para fazer Deus sorrir e levar os homens a tornarem-se gratos por você existir. Antônio Carlos Costa
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